segunda-feira, 10 de março de 2014

Um breve balanço

Como diz o adágio popular: vão os homens e ficam as obras. Faz um ano da morte do ex-presidente Chávez. Seu legado para a América Latina requer que façamos uma breve reflexão.
Os anos 90 foram marcados pelo aprofundamento das políticas neoliberais, baseadas, sobretudo, no ‘Consenso de Washington’. A expressão mais visível daquele momento foi a entrega do patrimônio público a setores privados, com a promessa de oferta mais eficiente dos serviços público. No entanto, o resultado que se viu foi um aprofundamento dos problemas sociais. O desemprego, a precariedade do trabalho e a queda nos níveis de renda, principalmente dos mais pobres, se intensificou. A lição deixada foi que o tal mercado como organizou da economia fracassou, o que abrira perspectiva para uma nova fase na América Latina.
O marco deste novo momento se deu com a eleição do Presidente Hugo Chaves em 1998, na Venezuela, que apresentava uma nova agenda para o continente. Se contrapondo ao neoliberalismo, novos governos foram se sucedendo: Lula, no Brasil; Evo Morales, na Bolívia; Nestor Kirchner, na Argentina, Mujica no Uruguai, dente outros. O contraponto central das novas forças que emergiram foi priorizar as políticas sociais que fizeram reverter os históricos problemas nesta parte da América.
Foram avanços significativos disseminados na última década. Tanto em termos de redução da secular desigualdade, quanto de diminuição da pobreza, de progressos na educação e na saúde e de aquecimento do mercado de trabalho, o que se viu foi uma onda de melhora nas condições de vida da maioria da população. Na esteira desse movimento, emergiu na maior parte dos países latino-americanos e caribenhos uma nova classe média de base popular, que está transformando de forma profunda as relações sociais, econômicas e políticas da região.
Neste momento que a direita vem intensificando seus ataques contra governos populares na América Latina é um bom momento para fazer um balanço das transformações ocorridas para não deixar retroagir.