Em 1954 um atentado contra Carlos Lacerda na Rua Toneleros ocasionou a morte do Major Rubens Vaz. Tal fato servira de pretexto para tirar Vargas do poder, o que não ocorreu pelo suicídio e seus desdobramentos. O conflito entre sem-terras e a polícia no Paraguai levou à morte 8 policiais e 9 manifestantes e, novamente, a responsabilidade recaiu contra o Presidente, Fernando Lugo. Foi o estopim para depô-lo do poder. Na Venezuela em 2002 o roteiro foi o mesmo. O velho Marx já advertiu: a história se repete. O que de fato está por trás dos protestos violentos que ocorrem no Brasil nos dias de hoje?
A recente morte do cinegrafista da Band atingido por um rojão quando cobria uma manifestação trás à tona uma preocupação: o que de fato se deseja com essas manifestações? Protestar contra as políticas públicas ou criar um pretexto para desestabilizar o país e atender interesses de grupos que almejam derrotar o atual governo nas próximas eleições presidenciais, a qualquer custo.
Sem um projeto para apresentar ao país a oposição Brasileira tem apostado no quanto pior melhor. Não foram poucas as tentativas. Sistematicamente, os grandes jornais anunciam o desastre que ronda a economia brasileira, o que não encontra respaldo nos principais indicadores econômicos. Usam o moralismo e o combate a corrupção como forma para atacar o principal partido de sustentação da presidente, ainda assim não encontram ressonância na sociedade. Protestar é legítimo na democracia, mas agredir pessoas, depredar propriedades é inconcebível.
Não podemos criminalizar as manifestações, mas também não é possível aceitar de forma passiva os protestos criminosos, tanto desses movimentos como das forças policiais. A história nos ensina onde essas práticas podem descambar.
A democracia foi uma conquista do povo brasileiro. Milhares de vida se perderam para restaurá-la. Protestar é forma legítima para a construção da cidadania, no entanto, a violência de alguns grupos precisa ser contida, sob pena de regredirmos na história.